segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Crítica de "Alô Dolly!" (Jornal do Brasil)






Jornal do Brasil - 25/10/12
por Teresa Mascarenhas

A estreia de um dos mais tradicionais musicais da Broadway já encenados nos palcos do Rio, Alô Dolly nos traz a melhor produção da dupla Chaim&Falabella.

Dolly  era um sonho de Falabella, que assistiu à primeira montagem com Bibi Ferreira nos anos 60. Marília Pêra compartilhava desse mesmo desejo e tem a oportunidade agora de viver a viúva casamenteira Dolly Levi ao lado de Miguel.

O encontro desses dois grandes comediantes, concretizando o sonho da montagem de Hello Dolly, se realiza de forma brilhante.

Hello Jerry!
JERRY Herman, um dos maiores compositores americanos, tem, mais uma vez, suas geniais músicas e letras executadas entre nós. Só isso já seria razão suficiente para assistirmos a esse clássico musical.

Alô Miguel!
Falabella faz a melhor versão brasileira de musicais de sua carreira. Depois de Gaiola das Loucas, Miguel Falabella tem outra vez o privilégio de se inspirar nos versos de Herman e consegue traduzir Dolly para o público brasileiro com graça e romantismo na dose exata. A trama é leve e envolvente. Alô Dolly é um primor.

Como diretor Miguel realiza um trabalho cuidadoso e muito bem resolvido cenicamente e como protagonista Falabella desempenha com humor o rabugento Horácio Vandergelder, o comerciante em busca de uma esposa.

Alô Marília !
Marília Pêra, nossa grande atriz, merecia esse personagem para coroar o auge da sua profissão. Ela é uma Dolly deliciosa, cativante e na medida em graça e emoção. Vence todos os desafios e está cantando lindamente.

O encontro desses dois grandes comediantes, concretizando o sonho da montagem de Hello Dolly, se realiza de forma brilhante. Todo o elenco, se destaca no conjunto, seja nas coreografias, no canto e na atuação. Belas vozes em solos e duetos cheios de emoção.

Os destaques ficam para Ricardo Pêra, Alessandra Verney, Patricia Bueno, Ester Elias e Frederico Reuter, perfeitos na interpretação de seus personagens.

Os cenários de Renato Theobaldo e Roberto Rolnik são elegantes e com belo efeito cênico, os figurinos de Fause Haten são bonitos e criativos e as coreografias de Fernanda Chamma muito bem executadas.

Regência, direção musical e vocal ficam sob a batuta competente de Carlos Bauzys, e sua orquestra de dezesseis músicos. A Luz de Paulo Cesar Medeiros é bem ajustada e precisa.

Alô Dolly é um presente ao público, uma alegria. Um sentimento de felicidade toma conta de todos que assistem ao Musical. A peça poderia ficar em cartaz por cinco anos, se estivéssemos na Broadway, sem que o interessse do público se esgotasse. Mas, como essa possibilidade ainda não chegou até nós, a temporada no Teatro Casa Grande só vai até Dezembro.

É bom que as reservas sejam feitas, para que todos possam assistir essa hilariante e divertida comédia musical.

Cotação: **** (Excelente)



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