A estreia de um dos mais tradicionais musicais da Broadway já encenados nos palcos do Rio, Alô Dolly nos traz a melhor produção da dupla Chaim&Falabella.
Dolly era um sonho de Falabella, que assistiu à primeira montagem com Bibi Ferreira nos anos 60. Marília Pêra compartilhava desse mesmo desejo e tem a oportunidade agora de viver a viúva casamenteira Dolly Levi ao lado de Miguel.
O encontro desses dois grandes comediantes, concretizando o sonho da montagem de Hello Dolly, se realiza de forma brilhante.
Hello Jerry!
JERRY
Herman, um dos maiores compositores americanos, tem, mais uma vez, suas
geniais músicas e letras executadas entre nós. Só isso já seria razão
suficiente para assistirmos a esse clássico musical.
Alô Miguel!
Falabella faz a melhor versão brasileira de musicais de sua carreira. Depois de Gaiola das Loucas, Miguel Falabella tem outra vez o privilégio de se inspirar nos versos de Herman e consegue traduzir Dolly para o público brasileiro com graça e romantismo na dose exata. A trama é leve e envolvente. Alô Dolly é um primor.
Como
diretor Miguel realiza um trabalho cuidadoso e muito bem resolvido
cenicamente e como protagonista Falabella desempenha com humor o
rabugento Horácio Vandergelder, o comerciante em busca de uma esposa.
Alô Marília !
Marília
Pêra, nossa grande atriz, merecia esse personagem para coroar o auge da
sua profissão. Ela é uma Dolly deliciosa, cativante e na medida em
graça e emoção. Vence todos os desafios e está cantando lindamente.
O encontro desses dois grandes comediantes, concretizando o sonho da montagem de Hello Dolly,
se realiza de forma brilhante. Todo o elenco, se destaca no conjunto,
seja nas coreografias, no canto e na atuação. Belas vozes em solos e
duetos cheios de emoção.
Os destaques ficam para Ricardo Pêra,
Alessandra Verney, Patricia Bueno, Ester Elias e Frederico Reuter,
perfeitos na interpretação de seus personagens.
Os cenários de
Renato Theobaldo e Roberto Rolnik são elegantes e com belo efeito
cênico, os figurinos de Fause Haten são bonitos e criativos e as
coreografias de Fernanda Chamma muito bem executadas.
Regência,
direção musical e vocal ficam sob a batuta competente de Carlos Bauzys, e
sua orquestra de dezesseis músicos. A Luz de Paulo Cesar Medeiros é bem
ajustada e precisa.
Alô Dolly é um presente ao público,
uma alegria. Um sentimento de felicidade toma conta de todos que
assistem ao Musical. A peça poderia ficar em cartaz por cinco anos, se
estivéssemos na Broadway, sem que o interessse do público se esgotasse.
Mas, como essa possibilidade ainda não chegou até nós, a temporada no
Teatro Casa Grande só vai até Dezembro.
É bom que as reservas sejam feitas, para que todos possam assistir essa hilariante e divertida comédia musical.
Cotação: **** (Excelente)
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