sábado, 24 de novembro de 2012

Alessandra Verney e Frederico Reuter



Nesta foto vemos Alessandra Verney e Frederico Reuter no período de ensaios de ‘Alô,Dolly!’, onde vivem o par romântico Irene Molloy e Cornélio Hackl. Bem diferente de “Império”, musical de Miguel Falabella, onde Reuter vivia o Chalaça, algoz de Noemi, interpretada por Verney!



Crítica de 'Alô,Dolly!' por Lionel Fischer: "Humor e encantamento no Leblon"



Humor e encantamento no Leblon

Lionel Fischer 

Em certa ocasião, o inglês Peter Brook - o maior encenador vivo - definiu o teatro como "a arte do encontro". E justificou sua opinião afirmando que, para a existência do fenômeno teatral, fazia-se indispensável o estabelecimento de um forte elo entre quem faz e quem assiste. Na ausência do mesmo, nada de significativo poderia acontecer. Como acredito ser esta a melhor definição sobre o teatro, não hesito em afirmar que, estivesse Peter Brook na plateia do Teatro Oi Casa Grande, nesta última segunda-feira, na sessão para convidados do musical "Alô, Dolly!", agiria como todos que lá estavam: sorriria o tempo todo, como uma criança encantada, e não economizaria aplausos, tanto ao longo da montagem como em seu término - não estando afastada a hipótese de que pedisse numerosos "bis", como na ópera. 

Sim, pois estamos diante de uma versão irrepreensível e deslumbrante de um musical maravilhoso, que agora o público carioca tem o privilégio de assistir. Com texto de Michael Stewart e músicas e letras de Jerry Herman, a montagem tem versão e direção assinadas por Miguel Falabella e elenco formado por Marília Pêra (Dolly), Miguel Falabella (Horácio), Frederico Reuter (Cornélio), Alessandra Verney (Irene), Ubiracy Paraná do Brasil (Barnabé), Ester Elias (Minnie), Brenda Nadler (Ermengarda), Ricardo Pêra (Rudolph), Patricia Bueno (Ernestina) e Thiago Machado (Ambrósio). No complemento do elenco, temos os cantores-bailarinos Carla Vazquez, Ingrid Gaigher, Karin Hills, Mariana Saraiva, Maysa Mundim, Paola Soneghetti, Thati Abra, Alê Limma, Arízio Magalhães, Daniel Cabral, Fabio Yoshihara, Guilherme Pereira, Ivan Parente, Jefferson Ferreira, Leandro Marbali, Marcel Anselme, Thiago Pires e Ygor Zaggo. 

"A ação da peça se passa em 1890, no estado de Nova Iorque, e conta a história de Dolly Levi, uma célebre viúva casamenteira, que é contratada pelo avarento e mal-humorado comerciante de Yonskers, Horácio Vandergelder, para lhe arranjar uma esposa na cidade grande (na capital Nova Iorque). Dolly o apresenta a Irene Molloy, mas inicia uma série de armações, quando decide que ela mesma conquistará o bom partido e ficará rica. O musical destaca ainda o jovem Cornélio Hackl, funcionário de Horácio que se apaixona por Irene. Ele está sempre metido em confusões com seu fiel escudeiro Barnabé Tucker. Além de tentar garantir seu próprio casamento, Dolly também resolve ajudar Ambrósio Kemper a namorar Ermengarda, sobrinha de Horácio, que faz forte oposição ao romance, já que o rapaz é pobre." 

Extraído do ótimo release que me foi enviado pelos assessores de imprensa Alan Diniz e Sidimir Sanches, o trecho acima sintetiza o enredo de um dos musicais de maior sucesso na história da Broadway - estreou em 1964 arrebatando 10 Prêmios Tony, já mereceu três remontagens na Broadway e foi exibido no mundo inteiro, inclusive no Brasil, com Bibi Ferreira e Paulo Fortes, além de ter sido transposto para o cinema, sendo o filme protagonizado por Barbra Streisand e dirigido por Gene Kelly, e indicado a sete Oscars (essas informações também foram extraídas do release). 

O primeiro grande trunfo da montagem é a ótima ideia de Miguel Falabella de conferir a seu personagem e seus funcionários um delicioso sotaque caipira, o que contribui para aproximar o texto do universo brasileiro e impregná-lo de deliciosa leveza. Além disso, Miguel consegue impor à cena uma dinâmica em total sintonia com o material dramatúrgico (essencialmente lúdico e divertido), cabendo ainda ressaltar suas ótimas versões das letras, criadas em cima de canções não muito complexas, mas absolutamente encantadoras. 

Com relação ao elenco, cumpre registrar a excelência de todas as performances, tanto no que concerne ao texto como às passagens cantadas. Mas em face do contexto, seria por demais injusto não particularizar a atuação dos protagonistas. Comediante por excelência, Miguel Falabella está impecável na pele do mal-humorado e avarento Horácio, valorizando ao máximo todas as possibilidades do personagem. Cumpre também registrar que Miguel canta muito bem, executa com elegância e charme as passagens dançadas e, nunca é demais frisar, exibe um carisma que seduz a plateia desde o primeiro momento em que entra em cena. 

Quanto a Marília Pêra, mais uma vez me vejo diante de um conhecido impasse: que palavras posso ainda utilizar para transmitir meu sempre renovado deslumbramento com essa atriz que, sob todos os pontos de vista, se insere entre as melhores do mundo? Novamente registrar seus vastíssimos recursos expressivos? Novamente mencionar seu inacreditável carisma e fortíssima presença cênica? Novamente enfatizar sua notável capacidade para o canto? Enfim...vou tentar ser minimamente original e sugerir aos espectadores que prestem atenção à forma como Marília trabalha as palavras, as pausas, a cadência das frases - que ora profere curtas, ora longas -, afora sua assombrosa capacidade de conferir insuspeitado significado a um simples olhar. 

 E poderia prosseguir por um tempo infinito, mas talvez seja melhor parar por aqui, com uma recomendação: que os amantes da complexa arte de representar compareçam com urgência ao Oi Casa Grande, já que o espetáculo lhes permitirá usufruir, mais uma vez, o imenso talento de uma atriz que, afora estar cada vez mais linda, certamente veio a este mundo com a expressa finalidade de iluminar a todos os que estão à sua volta. 

Na equipe técnica, destaco com o mesmo entusiasmo os exepcionais trabalhos de todos os profissionais envolvidos nesta imperdível empreitada teatral - Sandro Chaim (produção geral), Carlos Bauzys (direção musical e vocal), Fernanda Chamma (coreografias), Fause Haten (figurinos), Renato Theobaldo e Roberto Rolnik (cenografia), Anderson Bueno (visagismo), Paulo César Medeiros (iluminação) e Interface Filmes, Luciana Ferraz e Octavio Juliano (Audiovisual/projeções). 

Gostaria também de registrar a maravilhosa participação dos músicos, que executam, de forma primorosa, os excelentes arranjos. 

ALÔ, DOLLY! - Texto de Michael Stewart. Músicas e letras de Jerry Herman. Versão e direção de Miguel Falabella. Com Marília Pêra, Miguel Falabella e grande elenco. Teatro Oi Casa Grande. Quinta e sexta, 21h. Sábado, 18h e 21h30. Domingo, 19h.


Fonte: Blog Lionel Fischer. 


 

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Crítica "Alô, Dolly!" - Blog Botequim Cultural




Uma nova adaptação de “Hello Dolly” acabou de entrar em cartaz no Teatro Oi Casa Grande, com direção de Miguel Falabella, que também protagoniza o espetáculo ao lado de Marília Pêra na companhia de um grande elenco composto por Alessandra Verney, Frederico Reuter, Uburacy Paraná, Ester Elias, Brenda Nadler, Ricardo Graça Mello, Patrícia Machado, Tiago Martins, numa super-produção que conta com mais de 30 pessoas em cena. 

A primeira montagem de “Alô Dolly” foi feita no Teatro João Caetano em 1966 tendo Bibi Ferreira e Paulo Fortes nos principais papeis, montagem esta que impactou tanto Marília Pêra, quanto Miguel Falabella, que agora têm a oportunidade de usufruir desse texto escrito em fins da década 50 por Michael Stewart musicado por Jerry Herman e que ficou por décadas em cartaz na Broadway, arrebatou 10 prêmios Tony e que em 1968 ganhou uma competente adaptação cinematográfica estrelada por Barbra Streisand e dirigida por nada mais, nada menos que Gene Kelly, adaptação esta que teve 7 indicações ao Oscar, levando 3 estatuetas. 

Baseado na peça “A Casamenteira”(The Matchmarker), que por sua vez foi profundamente influenciada por “O Avarento” de Molière, conta a história de Dolly Levi(Marília Pêra), casamenteira e viúva numa Nova York do finalzinho do século XIX, contratada por Horacio Vandergelder(Miguel Falabella), um rico, mal humorado e caipira comerciante do interior norte-americano que lhe imcube da missão de lhe arranjar uma esposa em Nova York; Apresenta-lhe inicialmente a Irene (Alessandra Verney), elegante dona de chapelaria. Após muitas confusões, mal-entendidos e armações envolvendo os noivos, Dolly, os empregados de Horacio, todos acabam por se encontrar em Nova York, aonde a própria Dolly tenta também encontrar seu bom partido. 

Ao assistir a espetáculos como “Alô Dolly”, tal como já me referi no post que escrevi sobre “Priscilla”, fico imaginando que há 15/20 anos atrás não havia condições no Brasil de realizar produções desse top, não havia artistas em quantidade com a versatilidade de cantar/dançar/representar, teatros com a capacidade de receber esse tipo de produção e principalmente…dinheiro. Hoje a situação é diferente, existe no Brasil quase que uma pequena indústria de musicais. 

Lógico que o primeiro nome que nos vem a mente quando falamos desse tipo de espetáculo é Claudio Botelho e Charles Möeller, mas outros nomes também despontam no gênero, permitindo que vários espetáculos musicais neste momento ocupem diversos teatros, principalmente no eixo Rio/São Paulo. Só para lembrar os que atualmente estão em cartaz e que me vêm a mente: O Mágico de Oz, Tim Maia, Nada Será Como Antes, Família Addams, Priscilla. Além de vários outros que já estão em produção, o que inclusive acabou criando um pequeno star-system. Daniel Boaventura por exemplo, emenda um musical no outro em São Paulo e acaba quase nem vindo pro Rio. 

Alessandra Verney só esse ano eu vi 5 vezes nos palcos(“Formidable”, “Beatles num Céu de Diamantes”, 2 vezes em “Movie Stars” e agora em “Alô Dolly”, isso porque não vi “Um Violinista no Telhado”)  

Essa fartura também já permite ao público ficar mais rigoroso e ter um senso crítico maior, não aceitando tudo passivamente, achando tudo lindo. Ou seja, criou-se uma cultura de espetáculo musical que só os humf…“mais ilustrados” se gabavam pelas suas incursões pela Broadway. Criou-se igualmente um público para esses espetáculos, capaz de encher todos os dias teatros de grande porte como o Oi Casa Grande no Rio ou o Teatro Bradesco em São Paulo, por exemplo. “Alô Dolly” é um espetáculo grandioso e que enche os olhos do espectador. 

Os figurinos, criados por Fause Haten, chamam a atenção pela riqueza, luxo e beleza, estando perfeitamente adequado a história que está sendo contada. Assim como a coreografia criada por Fernanda Chamma também é um dos pontos altos, além da orquestra maravilhosa que tem direção musical de Carlos Bauzys. O cenário do 1º ato carece de uma criação mais apurada, parece meio preguiçosa e óbvia apesar da grandiosidade, mas o do 2º ato (que se passa todo no Café das Delícias) impressiona, mesmo que possa por vezes remeter àquelas novelas mexicanas do SBT pela sua enorme escadaria, mas funciona muito bem para o espetáculo. 

A peça é dividida em 2 atos de aproximadamente 1h/1h10m cada e com um intervalo de 20 minutos entre os atos. Marília Pêra defende com graça e talento sua Dolly, deslizando com leveza pelo palco do Casa Grande e é responsável por alguns dos momentos de maior comicidade do espetáculo, apesar de não ser segredo para ninguém seus dotes vocais, postura corporal e principalmente sua veia cômica, incluindo suas coreografias. Miguel Falabella é um caso a parte. Possuidor de uma personalidade forte e marcante, é o tipo de ator que quando entra em cena hipnotiza e não deixa o público tirar os olhos dele. Acaba que vemos sempre o personagem Miguel Falabella e não Horacio Vandergelder. Não sei se isso é um crítica ou não, depende de como cada um vê. Falabella colocou um sotaque caipira que acabava por não soar verdadeiro (talvez porque fique difícil não ver Miguel Falabella), mas tal incorporação do sotaque era necessário para podermos entender a formação, origem e personalidade de seu personagem. 

 Quanto ao elenco, o destaque é obviamente Alessandra Verney. Escalar Verney é apostar na certeza, pois se trata de uma das melhores e mais competentes atrizes/cantoras do teatro nacional, sabe-se de antemão que ali não tem erro, o que acaba ajudando como apoio para o restante do elenco, que demonstra bastante competência, com destaque para Frederico Reuter. Apenas um comentário do tipo “nada a ver”: Não adianta que não chamarei nunca Ricardo Graça Mello de Ricardo Pêra (como é apresentado no cartaz). O “Menino do Rio” resolveu depois de “velho”(brincadeirinha) mudar de nome? Não, não, não, não! O cantor que eternizou “De Repente Califórnia” será sempre para minha geração RICARDO GRAÇA MELLO. 

 Mas voltando ao que interessa: No final das contas “Alô Dolly” é um espetáculo que encanta, e observando com atenção, ao final do espetáculo é impossível não perceber o semblante de felicidade de todos que deixavam o teatro.

Por: Blog Botequim Cultural




Crítica: "Alô, Dolly!" - Blog Crítica Teatral



"Alô, Dolly!”, o novo musical de Sandro Chaim, tem o mérito de ser uma grande produção que movimenta a classe teatral e o público carioca, além, claro, de, como todo objeto de arte, concretizar em uma peça a arte do teatro (musical). O resultado, no entanto, não é excelente, apesar de seus bons momentos. São eles: os figurinos brilhantes de Fause Haten, as coreografias ágeis de Fernanda Chamma e a linda voz e interpretação de Alessandra Verney (Irene Molloy). Marília Pêra (Dolly Levi) e Miguel Falabella (Horácio Vandergelder), grandes responsáveis pelo projeto, juntos em cena pela primeira vez, apresentam um bom trabalho, mas sem total êxito. 

A versão brasileira do premiado espetáculo da Broadway é ruim, porque lenta, monótona e arrastada. Os cenários de Renato Theobaldo e de Roberto Rolnik são escuros e antecipam as situações e a iluminação de Paulo César de Medeiros, além de redundante, deixa o palco no escuro em vários momentos. Em suma, “Alô, Dolly!”, em sua grandiosidade, é um espetáculo bom, mas, como muitas produções, têm pontos negativos e pontos positivos. 

Seu maior feito é estar feito. O texto tem sua origem em uma peça chamada “The Merchant of Yonkers”, de 1938, escrita pelo americano Thornton Wilder, que foi um fracasso de público e de crítica na época. Dezessete anos depois, em 1955, baseada no texto de Wilder, mas com clara ascendência em Molière, “The Matchmaker”(A Casamenteira), escrita pelo inglês Tyrone Guthrie apresentava Dolly e Horácio como filhos legítimos de Frosina e Harpagão (da peça “O Avarento”). Em 1958, sob direção de Joseph Anthony, a peça virou filme, com Shirley Booth (Dolly), Shirley MacLaine (Irene) e Anthony Perkins (Cornélio) nos papéis principais. Então, veio o musical e, finalmente, o sucesso. Com roteiro de Michael Stewart e músicas de Jerry Herman, e com Carol Channing no papel título, “Hello, Dolly!”ganhou dez Tony, o Oscar do teatro de Nova Iorque, ficando muitos anos em cartaz. Por fim, em 1969, com direção de Gene Kelly, Barbra Streisand liderou a versão do musical para o cinema. Indicado a sete Oscar, ganhou apenas três (Melhor Som, Direção de Arte e Trilha Sonora. Streisand nem mesmo foi indicada.). Em 1966, Victor Berbara, que havia produzido “My fair lady”, trouxe o musical da Broadway para o Brasil. Com Bibi Ferreira e Paulo Fortes como protagonistas, o musical estreou no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, com versão brasileira assinada por Haroldo Barbosa e Max Nunes, realizando mais de 300 apresentações. 

Com direção musical de Carlos Bauzys, o espetáculo agora em cartaz no Teatro Oi Casa Grande tem direção geral assinada por Miguel Falabella. A encenação carece de ritmo: as cenas são arrastadas, as letras das canções ficam muito aquém da versão original e da primeira versão brasileira, a história não flui. Além disso, o espetáculo reproduz o erro de casting acontecido no filme de Gene Kelly. Assim como Barbra Streisand não convenceu como uma viúva “biscateira”, Falabella não convence como um velho feio e rabugento. O sotaque caipira do personagem é bom porque ajuda o espectador a entender que são duas cidades (algumas cenas acontecem em Yonkers, outras em Nova Iorque), mas o célebre e talentoso ator, dramaturgo e novelista brasileiro segue reafirmando seu prejudicial estigma de “Caco Antibes”, personagem do programa “Sai de Baixo”, exibido pela Rede Globo, nos anos 90. No olhar superior, no tom de voz debochado, mas sobretudo na forma como corporalmente o peito se mantém aberto com os ombros fechados para trás, Horácio repete Antibes infelizmente. 

Marília Pêra é responsável, juntamente com Falabella, por cenas hilárias como a janta no Jardim das Delícias. Excelente atriz e cantora há muitas décadas, a atriz apresenta uma ótima performance em termos de canto e de movimento, apesar de inexplicavelmente falar devagar demais em vários momentos, prejudicando (ainda mais) o ritmo da narrativa. 

No elenco, há, ainda, dois destaques positivos em pequenas participações: Patrícia Bueno (Ernestina Ricca) e Ricardo Pêra (Rudolph Reisenweber) aproveitam os curtos espaços que têm para apresentar grandes trabalhos. 

As grandes performances de “Alô, Dolly” são de Fause Haten, de Fernanda Chamma e de Alessandra Verney. Os números de Verney, além de excelentemente interpretados, são cantados com emoção, carisma e graça.  

Os figurinos da produção são, em detalhes, bem cuidados, criativos, ricos e visualmente vibrantes. Em todos os momentos, mas sobretudo nas cenas do trem e da entrada de Dolly no segundo ato, as coreografias (palmas aos excelentes bailarinos) dão agilidade, como já se disse, infelizmente rara nessa narrativa. Verney, Haten e Chamma ratificam o gênero comédia musical americana: o preciosismo, a técnica, a jovialidade e o idealismo. Os cenários de Renato Theobaldo e de Roberto Rolnik deixam a desejar assim como a iluminação de Paulo César de Medeiros. Na cena da chapelaria, por exemplo, o espectador sabe, por antemão, o que vai acontecer quando entram uma mesa e um armário. Tudo é escuro, pesado, sem vida, agindo, assim, em sentido contrário às belas composições de Jerry Herman. Basicamente monocromática, Paulo César de Medeiros varia da luz geral para o blackout, sem valorizar os figurinos de Haten, os cenários e a movimentação. Com um elenco de excelentes cantores, e Karin Hills é um feliz exemplo, não há mais outros positivos destaques em termos de interpretação. Parecendo (sem ser) datado, “Alô, Dolly!”, em resumo, é uma boa produção. Apenas boa, o que já é muito, considerando o valoroso (e valorizável) desgaste em produzir uma obra dessa qualidade e tamanho. Por isso, parabéns! 

Por Rodrigo Monteiro - Blog Crítica Teatral 




sábado, 17 de novembro de 2012

Apolônio Brasil será exibido neste sábado!


Hoje, sábado, 17/11, tem Alessandra Verney no filme "Apolônio Brasil - O Campeão da Alegria", de Hugo Carvana. No elenco também estão Marco Nanini e o saudoso Marcos Paulo! Segundo a resenha publicada no jornal O Globo de hoje, "Alessandra Verney brilha no elenco, na pele da cantora Tânia". É hoje às 22:30 na TV Brasil. Leia a resenha do Globo:




quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Mauro Ferreira: Versão brasileira de 'Alô, Dolly! preserva arquitetura clássica do musical:




Mais uma ótima crítica de Alô, Dolly! (musical) !!! Mauro Ferreira: Versão brasileira de 'Alô, Dolly! preserva arquitetura clássica do musical:

Resenha de musical Título: Alô, Dolly! Texto: Michael Stewart Música: Jerry Herman Direção e versão brasileira: Miguel Falabella Direção musical: Carlos Bauzys Elenco: Marília Pêra, Miguel Falabella, Alessandra Verney, Frederico Reuter, Ubiracy Paraná do Brasil, Ester Elias, Brenda Nadler, Ricardo Pêra, Patrícia Bueno e Thiago Machado Foto: Caio Gallucci Cotação: * * * 

Em cartaz no Teatro Oi Casa Grande, no Rio de Janeiro (RJ), até 23 de dezembro de 2012 

Musical até então encenado somente uma vez no Brasil, em montagem de 1966 estrelada por Bibi Ferreira no rastro do sucesso do espetáculo que estreou na Broadway em 1964, Alô, Dolly! ganha outra versão brasileira. Assinada por Miguel Falabella, a encenação em cartaz no Teatro Oi Casa Grande, no Rio de Janeiro (RJ), preserva a arquitetura clássica de um musical que já pertence a algum lugar do passado de glória da Broadway e que já soa ingênuo frente a textos mais recentes que renovaram a face e os temas dos musicais. Passada em 1890 em Nova York (EUA), a trama - frágil, pretexto para o desfile da premiada trilha sonora do compositor Jerry Herman - está centrada nas armações da viúva casamenteira Dolly Levi (Marília Pêra) para arranjar um marido para ela própria, Dolly. O alvo é o avarento Horácio Vandergelder, encarnado por Falabella com sotaque interiorano e com certa verve que acentua o caráter patético da personagem e o aproxima do universo brasileiro sem jamais descambar - justiça seja feita - para o humor populista das chanchadas. Dona da voz mais bonita do elenco brasileiro dessa atual versão de Alô, Dolly!, Alessandra Verney valoriza todos os números musicais de que participa, com destaque para seu solo em Ribbons Down My Back. Contudo, é inegável que o maior charme e apelo do espetáculo reside na figura de Marília Pêra. Ver a atriz e eficiente cantora descer as escadarias que conduzem ao restaurante - cenário principal do segundo ato (mais ágil e sedutor do que o primeiro, aliás) - entoando a música-título Hellô, Dolly! é cena memorável que, aliada ao rigor técnico da produção, acaba justificando a remontagem do musical transposto para o cinema em 1969 em filme protagonizado por Barbra Streisand. Atores, coro e bailarinos totalizam 29 pessoas em cena. Sob (tradicional) direção musical de Carlos Bauzys, a orquestra formada por 16 músicos executa temas como Before The Parade Passes By, vertidos com fluência por Miguel Falabella para o português. E assim - convencional, clássico, datado - Alô, Dolly! desfila diante do público carioca nesta versão brasileira animada pelo diálogo sutil de Marília com Falabella. Cúmplices em cena, os atores têm a verve dos comediantes, dos artistas populares de empatia imediata com o público. Ao suar tal tarimba sem exagero, os atores diminuem a sensação do espectador de que libreto, músicas e coreografias de Alô, Dolly! deveriam permanecer - intocáveis e imortalizados - em algum lugar do passado mítico da história sempre em evolução dos musicais norte-americanos. 



O Globo indica: 'Alô, Dolly!'



O GLOBO INDICA: 'Alô, Dolly!', com direção de Miguel Falabella. E hoje tem dobradinha!!!! Espetáculos às 17h e às 21h! Aproveite o feriado e venha se encantar com 'Alô, Dolly!'!!!


Artur Xexéo: "Alô, Dolly! é daqueles espetáculos em que você abre um sorriso na primeira cena e só fecha a boca quando cai o pano".



Um dos mais conceituados colunistas do jornal O Globo, Artur Xexéo, foi assistir 'Alô, Dolly!' e registrou em seu Blog o que achou.

Leia abaixo a opinião de Xexéo em relação ao musical: 

"Fui ver "Alô, Dolly!". E quer saber mais? Não me arrependi. Como se arrepender de ver, juntos no palco, Miguel Falabella e Marília Pêra? "Alô, Dolly!" é o mais tradicional dos musicais. Tem uma seleção de canções que disputa o título de melhor de todos os tempos, o que é muito natural, já que foram compostas por Jerry Herman (o mesmo da versão musical de "A Gaiola das Loucas"). A atual montagem brasileira tem um elenco que arrasa no canto e nas ótimas coreografias elaboradas por Fernanda Chamma. "Alô, Dolly!" é daqueles espetáculos em que você abre um sorriso na primeira cena e só fecha a boca quando cai o pano".

Fonte: Blog Artur Xexéo - O Globo


'Alô, Dolly!': Foto de Cena



Ubiracy Paraná do Brasil, Ester Elias, Alessandra Verney, Frederico Reuter e Ricardo Pêra em cena de 'Alô,Dolly!'


segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Crítica de "Alô Dolly!" (Jornal do Brasil)






Jornal do Brasil - 25/10/12
por Teresa Mascarenhas

A estreia de um dos mais tradicionais musicais da Broadway já encenados nos palcos do Rio, Alô Dolly nos traz a melhor produção da dupla Chaim&Falabella.

Dolly  era um sonho de Falabella, que assistiu à primeira montagem com Bibi Ferreira nos anos 60. Marília Pêra compartilhava desse mesmo desejo e tem a oportunidade agora de viver a viúva casamenteira Dolly Levi ao lado de Miguel.

O encontro desses dois grandes comediantes, concretizando o sonho da montagem de Hello Dolly, se realiza de forma brilhante.

Hello Jerry!
JERRY Herman, um dos maiores compositores americanos, tem, mais uma vez, suas geniais músicas e letras executadas entre nós. Só isso já seria razão suficiente para assistirmos a esse clássico musical.

Alô Miguel!
Falabella faz a melhor versão brasileira de musicais de sua carreira. Depois de Gaiola das Loucas, Miguel Falabella tem outra vez o privilégio de se inspirar nos versos de Herman e consegue traduzir Dolly para o público brasileiro com graça e romantismo na dose exata. A trama é leve e envolvente. Alô Dolly é um primor.

Como diretor Miguel realiza um trabalho cuidadoso e muito bem resolvido cenicamente e como protagonista Falabella desempenha com humor o rabugento Horácio Vandergelder, o comerciante em busca de uma esposa.

Alô Marília !
Marília Pêra, nossa grande atriz, merecia esse personagem para coroar o auge da sua profissão. Ela é uma Dolly deliciosa, cativante e na medida em graça e emoção. Vence todos os desafios e está cantando lindamente.

O encontro desses dois grandes comediantes, concretizando o sonho da montagem de Hello Dolly, se realiza de forma brilhante. Todo o elenco, se destaca no conjunto, seja nas coreografias, no canto e na atuação. Belas vozes em solos e duetos cheios de emoção.

Os destaques ficam para Ricardo Pêra, Alessandra Verney, Patricia Bueno, Ester Elias e Frederico Reuter, perfeitos na interpretação de seus personagens.

Os cenários de Renato Theobaldo e Roberto Rolnik são elegantes e com belo efeito cênico, os figurinos de Fause Haten são bonitos e criativos e as coreografias de Fernanda Chamma muito bem executadas.

Regência, direção musical e vocal ficam sob a batuta competente de Carlos Bauzys, e sua orquestra de dezesseis músicos. A Luz de Paulo Cesar Medeiros é bem ajustada e precisa.

Alô Dolly é um presente ao público, uma alegria. Um sentimento de felicidade toma conta de todos que assistem ao Musical. A peça poderia ficar em cartaz por cinco anos, se estivéssemos na Broadway, sem que o interessse do público se esgotasse. Mas, como essa possibilidade ainda não chegou até nós, a temporada no Teatro Casa Grande só vai até Dezembro.

É bom que as reservas sejam feitas, para que todos possam assistir essa hilariante e divertida comédia musical.

Cotação: **** (Excelente)



Estreia de 'Alô, Dolly!'



A atriz e cantora Alessandra Verney e o ator-cantor Frederico Reuter recebem as amigas Julia Fajardo, Adriana Garambone e Gottsha na estreia de 'Alô, Dolly', no OI Casa Grande, em 15 de outubro. 



'Alô, Dolly!' em cartaz no Oi Casa Grande



Um dos grandes clássicos da Broadway, o musical ‘Alô, Dolly!’ (‘Hello, Dolly!, no original) ganha nova montagem brasileira celebrando o encontro inédito de duas estrelas dos palcos, Marília Pêra e Miguel Falabella, que assina ainda a versão nacional e a direção do espetáculo.

São 29 atores e uma orquestra com 16 integrantes, sob a direção musical de Carlos Bauzys. Os cenários são de Renato Theobaldo e Beto Rolnik os figurinos assinados por Fause Haten.  A ficha técnica traz ainda os renomados Fernanda Chamma (coreografia) e Paulo Cesar Medeiros (iluminação).

Baseado na peça ‘The Matchmarker’, de Michael Stewart, ‘Alô, Dolly!’ estreou na Broadway em 1964 arrebatando 10 Prêmios Tony, entre eles o de Melhor Musical e Melhor atriz (Carol Channing). ‘Alô, Dolly!’ é até hoje um dos musicais de maior êxito da história, já foi remontado 3 vezes na Broadway, além de ter versões no mundo, inclusive no Brasil, com Bibi Ferreira e Paulo Fortes. Inspirou um filme estrelado por Barbra Streisand, com direção de Gene Kelly, e indicado a sete Oscars. 

O musical destaca ainda Cornélio Hackl (Frederico Reuter), e seu fiel escudeiro Barnabé Tucker (Ubiracy Paraná do Brasil). Além de Ambrósio Kemper (Thiago Machado) e Ermengarda (Brenda Nadler).

Em 1890, no estado de Nova Iorque, Dolly Levi (Marília Pêra), uma casamenteira contratada pelo avarento comerciante de Yonkers, Horácio Vandergelder (Miguel Falabella) para lhe arranjar uma esposa na cidade grande. Dolly o apresenta a Irene Molloy (Alessandra Verney), mas inicia uma série de armações, quando decide que ela mesmo conquistará o bom partido e ficará rica. 

Ainda no elenco, Ricardo Pêra, Ester Elias e Patrícia Bueno, além de um ensemble com 14 atores e 5 bailarinos.

O espetáculo está em cartaz no Teatro Oi Casa Grande, no Rio de Janeiro. 
Serviço: Qui 17h e 21h / Sex 21h / Sáb 18h e 21:30h / Dom 19h