Jornal Copacabana: Você começou a cantar e estudar violão aos sete anos de idade. Hoje é uma das artistas da nova geração das chamadas “cantrizes”. Como é tornar um sonho infantil em realidade?
J.C.: Aos 17 anos começou a ter aulas de canto lírico e popular. E interpretação? Fez algum curso de teatro?
A.V.: Infelizmente não. Quando vim para o Rio estava totalmente voltada ao meu trabalho como cantora, trouxe fita demo para entregar nas gravadoras... (risos). Todas aquelas dificuldades da época. Foi a minha amiga Alessandra Maestrini que me “empurrou” para fazer o teste para O Abre Alas. Aprendi no palco e tive uma ótima “professora”, a protagonista Rosamaria Murtinho. Ao longo da peça, tive que substituir uma atriz, sabia o texto e fui atriz no palco.
J.C.: Antes de vir para o Rio de Janeiro você ganhou o Prêmio Açorianos, como Artista Revelação, no Rio Grande do Sul. Foi como cantora?
A.V.: Foi por um show que eu fiz, e ele já era bem teatral.
J.C.: Foi aí que percebeu que deveria alçar vôos maiores?
A.V.: Foi. Ali ficou claro para mim que teria que me mudar ou seria apenas mais uma cantora gaúcha, conhecida regionalmente. Percebi que era o momento de tentar algo maior. Arrisquei!
J.C.: Foi então que se mudou para o Rio e fez o seu primeiro espetáculo, já em solo carioca, justamente O Abre Alas, que acabou abrindo as portas para participar da minissérie Chiquinha Gonzaga, na Rede Globo. Conte como foi.
A.V.: Foi uma época muito bacana! O Jaime Monjardim me viu atuando no teatro e me convidou para fazer a minissérie. Lá eu também cantei... Foi a constatação de que sou mesmo uma cantriz! (risos).
J.C.: Na televisão, fez ainda as novelas Laços de Família e América. No cinema, interpretou uma crooner em Apolônio Brasil – Campeão da Alegria. Com esses trabalhos no teatro, cinema e televisão, deu para perceber a diferença de trabalhar em cada um? Tem diferença?
J.C.: Você dança?
A.V.: Faço aulas, mas não é o meu forte. Como dizem na Broadway, sou uma atriz que sabe se movimentar. Ou seja, engano bem! (risos).
J.C.: O Abre Alas foi apenas a porta de entrada para o seleto grupo de “cantrizes” que trabalham com Charles Muller e Cláudio Botelho. Depois você ainda participou de Cole Poter – Ele Nunca Disse Que Me Amava, 7 – O Musical, entre outros. Qual a importância da dupla na sua trajetória?
A.V.: Eles são os meus “padrinhos”. Acreditaram em mim, mesmo quando ainda nem era atriz. Deram a primeira oportunidade. Eles trouxeram grandes musicais, foram bem sucedidos e eu estava em alguns desses trabalhos. Tenho orgulho de fazer parte também da carreira deles.
J.C.: Terminou recentemente as temporadas de Saltimbancos, onde você fazia a Gata e Beatles Num Céu de Diamantes.
A.V.: Saltimbancos está dando uma pausa e voltará ou no Rio ou em São Paulo, ainda não está definido. Fazer a Gata foi maravilhoso, pois remeteu a minha infância. Era muito legal ver os pais cantando todas as músicas na platéia, super animados e poder apresentar este espetáculo que foi tão importante na minha vida para as crianças de hoje. Quando era pequena, jamais poderia imaginar que um dia eu seria a Gata dos Saltimbancos! (risos). Já o Beatles tem uma história curiosa. Quando o musical 7 parou, minha mãe estava morando na Grécia e eu aproveitei para fazer shows de música brasileira lá. O Cláudio e o Charles me convidaram para fazer a primeira montagem, mas não pude, justamente por causa dos shows na Grécia. Tive que recusar o convite. Mas eles acabaram fazendo uma temporada na França e eu participei, pois já estava na Europa. Foi uma experiência inesquecível. Brasileiros fazendo um espetáculo em inglês para um público francês. Foi o auge da globalização! (risos). Um momento daqueles que justifica a carreira! No Apolônio eu tive essa mesma sensação.
J.C.: E foi feito um pouco no improviso, pois não tinha cenário...
A.V.: O talento dos atores superou o que parecia ser uma precariedade. A iluminação também era muito boa, do Paulo Medeiros. Depois o cenário dessa turnê, que era composto apenas por cadeiras e uns tapetes maravilhosos, foi adotado na segunda temporada aqui no Rio. Da qual eu fiz parte do elenco e que encerrou agora.
J.C.: Está se dedicando a um CD com músicas autorais?
J.C.: E quem são suas referências?
A.V.: Sempre ouvi muito Ella Fitzgerald, Diana Krall - que tem muito bom gosto além de tocar piano maravilhosamente. Adoro Celso Fonseca, Caetano Veloso, claro! Adriana Calcanhoto, que é do Sul e um exemplo de carreira para mim. Antonio Vileroy... Mandei uma música para ele e estou esperando a letra. O curioso é que fiz aula de violão com ele no Sul e agora, depois de mais de 15 anos voltamos a nos encontrar.
J.C.: Vamos falar sobre Copacabana. Como foi sua vinda para o bairro?
J.C.: Qual foi a sua impressão sobre Copacabana quando chegou e qual é hoje?
J.C.: O que gosta de fazer por aqui além de contemplar na praia?
J.C.: Deixe seu recado para os leitores do Jornal Copacabana.
A.V.: Aprendam a valorizar, cultivar e resgatar cada vez mais Copacabana, que é um dos bairros mais charmosos do Rio. Se for revitalizado, aí não vai ter para ninguém! (risos).
* Entrevista publicada originalmente no Jornal Copacabana.
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